2019-06-11

Mário André no XV FIBDB

Concluindo os destaques do colectivo Tágide no 15º Festival Internacional de BD de Beja, importa referir a participação no evento pelo autor Mário André (que por vezes assina como Kustom Rats, o seu selo editorial independente), que não só integrou o programa com a promoção da Fanzineteca de Alpiarça – um projecto que o Mário idealizou e viu realizado em Abril, numa parceria com Rui Gaspar, director da Biblioteca Municipal José Saramago (Alpiarça) –, como pelo seu contributo artístico para a edição-estandarte do FIBDB, o fanzine Venham +5.

Venham +5 é um título incontornável na história da banda desenhada portuguesa, sucedendo os fanzines colectivos Pax Fanzine 3000 e Lua de Prata que o colectivo Atelier Toupeira produzira com apoio do município de Beja até ao surgimento da Bedeteca de Beja e do 1º Festival Internacional de BD de Beja, em 2005. O Venham +5 foi estreado no mesmo ano e foi uma constante no FIBDB até à 7ª edição, quando ajustes orçamentais perigaram a continuidade do projecto, só regressando em 2018 com o #9.
Ao longo da sua publicação, não só promoveu o talento dos autores “da terra”, como abriu as portas a artistas de fora, inclusivamente criando um título especial no #5 (2008), com artistas de renome internacional, que com 256p se tornou na mais extensa antologia portuguesa até à data (sendo superada só em 2018, pela edição Humanus (Escorpião Azul)). Entre os créditos do título, cita-se ter sido vendido em cerca de 80 livrarias em todos os continentes, granjeando múltiplos prémios de mérito pelo caminho (e.g. Melhor Fanzine Nacional pelo Prémio Nacional de BD, em 2005 (#1), 2007 (#3), 2008 (#5) e 2009 (#6); Melhor Fanzine pelo Troféus Central Comics, em 2008 (#3-#4); e Melhor Obra Curta pelo Troféus Central Comics, em 2008 (“Adeus Tristeza”, de Susa Monteiro) e 2009 (“Analepse”, de Filipe Pina e Filipe Andrade), e Melhor Publicação Independente da Década pelo Troféus Central Comics: Heróis da Década, em 2013).


Chegando ao Venham +5 #10, entre as dezanove BDs curtas publicadas, salienta-se a história “Auschwitz”, por Mário André, que em seis páginas recorda o terrível destino dos prisioneiros naquele campo de concentração. Uma obra silenciosa, que não necessita de palavras.

2 comentários:

  1. Pax Fanzine 3000, foi onde tudo começou (Pax Julia é o nome romano da cidade). :) A maior parte das estórias deste número são bastante divertidas e animadoras, e guardámos as mais felizes para o final, (assim o leitor fica bem disposto depois de ler tanta comédia). Tou a brincar, mas espero que tenham gostado, e partilhem. O único modo da banda-desenhada sair das areias movediças onde está, é se for partilhada.

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    1. Grato pela correcção, já emendei. É no que dá escrever de cabeça, sem ir verificar ;)

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