Tágide: Publicações em 2020

A fechar o ano, repetimos o resumo que fizemos em 2019, agora com as produções editoriais em 2020 pelos autores associados ao colectivo informal Tágide realizadas.
A começar o ano, ainda longe da crise socio-económica que cedo se viriam a sentir, o artista José Bandeira foi destacado no jornal Diário de Notícias, a propósito do prémio A Bic é do Mundo. De seguida, o autor Pedro Cruz viu publicado o seu álbum Mindex, pela Kingpin Books, escrito por Fernando Dordio e Mário Freitas. E em Fevereiro, o autor Mário André colabora no nº1 do fanzine internacional Ponte.

     

Em Abril, em plena pandemia mundial, é lançado o livro A Última Vida de Sir David, por Pedro Galvão, cuja capa foi ilustrada pelo jovem talento Nuno Dias. E em Maio chega à rua o fanzine antológico Outras Bandas #2, onde colaboram a Shania Santos (autora da capa), António Coelho, João Pedro Afonso, José Bandeira, Maria João Claré e Sérgio Santos; este, que fora previsto ser lançado em Março no 1º aniversário da Fanzineteca de Alpiarça, foi adiado para o FIBDB, que, infelizmente, foi também cancelado... No pico do verão, o António Coelho inaugura na plataforma Webtoon a sua série Century One, com pranchas autoconclusivas semanais.

           

No último trimestre, embora com as devidas limitações, o 31º Amadora BD cumpre calendário e vários autores da margem sul marcam presença no catálogo da exposição 30+1: A BD não faz Quarentena!, tais como Daniel Maia, Pedro Cruz e Sérgio Santos. Simultaneamente, é lançado o Outras Bandas #3, com participação pela totalidade de membros regulares do Tágide (e com capa do Daniel Maia), e o volume colectivo Virar a Página: Antologia de BD, fruto do esforço para angariar apoios para as vítimas do Covid-19, onde constam os autores Sérgio Santos, Patrícia Costa, Nuno Dias, Henrique Gandum e Daniel Maia.

             

Na recta final de 2020, espaço ainda para outras colaborações: enquanto a Susana Resende contribui com um desenho para o livrinho ilustrado Aurora Boreal e O Círculo Imperfeito #3, ainda em Novembro, o Daniel Maia fá-lo em Dezembro, no #4. Estas edições encerram a derradeira série desta heroína do escritor José de Matos-Cruz, publicada pela Apenas Livros. Mas o Daniel marca ainda presença em Yearbook 2020: Declaração Universal dos Direitos do Homem, uma adaptação dos artigos elaborados pela ONU para banda desenhada, pelos autores da agência brasileira Chiaroscuro Studios, que este autor integra.

      

Fora estas, há ainda a referir a presença de alguns autores do grupo na rúbrica Expressões da revista municipal Montijo Hoje, onde o nosso Eduardo Martins destaca o percurso autoral e portfólio dos artístas do concelho. Este ano, foram figurados o Pedro Cruz (Fevereiro), Yves Darbos (Novembro) e António Coelho (Dezembro).

    

Obrigado por nos seguirem aqui no blog e nas redes sociais através da iniciativa Heróis Portugueses. 2021 será um ano de regresso em grande! Bom Ano Novo!

No Caminho das Trevas – Curta Metragem

É sempre agradável apoiar os projectos de colegas do sector, em especial quando estes passaram pelo colectivo Tágide. Hoje falamos dos irmãos Henrique e Duarte Gandum, autores e editores da série Congo, cujo 2º volume foi publicado no final de 2019, e que recentemente distribuíram na internet a curta-metragem No Caminho das Trevas, cujo trailer foi apresentado no 30º festival Amadora BD. A produção, realizada a nível independente pelos dois autores, contou com uma vasta equipa de técnicos e foi apoiada pelo Município do Barreiro, Digital Azul, Push VFX, Stª Casa da Misericórdia e Walla Collective, e tem como actores Pedro Lima, Miguel Vale, Pedro Wallenstein e Raul Muta Eduardo.

O projecto, dedicado à memória de Pedro Lima (1971-2020), é baseado na BD Congo, que segue a exploração de Afonso Ferreira pela densa floresta africana, onde a sua busca por glória o consome entre a escuridão da selva.

Tágide: Heróis Portugueses XVIII

Prestes a entrar na semana natalícia, o projecto Heróis Portugueses raia os 70 personagens; esta semana focamos: o jovem Vitinho, criado por José Maria Pimentel em 1986, para campanha de publicidade da Milupa. A personagem cedo transitou para animação na RTP1, numa parceria que se estendeu até 1997, sendo mais recentemente imortalizado em CDs e DVDs. Em 1987, é lançado o álbum de banda desenhada Vitinho conta a História dos Cereais, assinado por Maria Alberta Menéres (arg.) e Artur Correia (des.), e em 2017 é editada a monografia ilustrada por Pimentel, O Grande Livro do Vitinho, pela D. Quixote, que precedeu outras edições da personagem pela editora. Recordamos também o Magriço (aka Álvaro Gonçalves Coutinho), referido em lenda nos Lusíadas e em História nos relatos da batalha de Aljubarrota, onde integrou a briosa Ala dos Namorados. Em BD, foi retratado por Fernando Bento na revista Cavaleiro Andante #70, e por Raul Correia (arg.) e Eduardo Teixeira Coelho (des.) em Os Doze de Inglaterra, originalmente na revista O Mosquito, entre 1950-1951, e reeditado pela Gradiva em 2016. O herói surgiu também em Os Lusíadas (em BD), por José Ruy; em A Batalha, por Pedro Massano; em A Ala dos Namorados, por Artur Varatojo (arg.) e José Manuel Soares (des.); em Super-heróis da História de Portugal, por António Gomes Almeida (arg.) e Artur Correia (des.); em As Aventuras do Magriço vol.1, por Fernando Santos Costa; em História de Trancoso, por Baptista Mendes; e em O Magriço, por Pedro Emanuel.

Celebramos ainda a moura encantada Saluquia, uma figura lendária que foi diversas vezes adaptada à BD, em Lendas de Portugal vol1: O Rei Rodrigo / A Moura Encantada, por Jorge Magalhães (arg.) e Augusto Trigo (des.), pela Asa Edições em 1988; em A Moura Saluquia, de Carlos Rico; e na antologia Saluquia: A Lenda da Moura em BD, por vários autores, publicado pelo Salão BD de Moura em 2009. E por último, temos Zé Leitão e Maria Cavalinho, mais o jovem Filipe, da autoria de Pedro Leitão. A primeira BD, de 1994, foi seriada na revista Rua Sésamo no final dessa década, após o que a colecção foi iniciada em 2004 com a editora Gailivro. Dirigida ao público infanto-juvenil, a série é também a mais longa do mercado de BD nacional, com o 13º volume publicado em 2020.

Tágide em previsão editorial para 2021 - 2ª parte

O portal Central Comics partilhou recentemente a 2ª parte do artigo com previsões editoriais do mercado de Banda Desenhada em 2021. Na sequência do artigo original, onde foram indicadas obras dos colaboradores do Tágide Sérgio Santos (com a colectânea Terceiro Degrau), Pedro Cruz (com O Jogo de Nil), Mário André (com Implosão!), Patrícia Costa (com Crónicas de Enerelis: Volume 1 – Prelúdio), Henrique e Duarte Gandum (com o spin-off Uma História do Congo: Amélia) e Daniel Maia (com CoBrA: Operação Goa), fora participações por diversos autores nas antologias H-Alt #11 e Aurora Boreal em Reflexos Partilhados (i.e. Susana Resende, Nuno Dias e Daniel Maia), surgem agora novas menções nos 2ºs destaques.

A primeira referência concerne Daniel Maia, enquanto integrante do antigo colectivo de autores Fantasia Estúdio, que em 2020 celebra o 25º aniversário da sua estreia, comemorada com diversas retrospectivas na respectiva página de Facebook. No entanto, a efeméride só termina com a publicação em 2021 do álbum colectivo Fantasia: 25 Anos (com Ana Freitas, Eliseu Gouveia, Fernando Lucas, Pedro Potier, Rui Filipe e Tiago Tavares). A menção final respeita ao fanzine Outras Bandas, que faz saber dos seus planos – contanto que o mercado o permita – de lançar entre 5 a 6 números no próximo ano, estando os dois primeiros praticamente completos.
A BD regressará em 2021 – e em força!...

Virar a Página: Antologia de BD [Bicho Carpinteiro/PPL]

Começou a ser distribuído o livro resultante do projecto Virar a Página, coordenado por André Morgado (responsável pela editora Bicho Carpinteiro), que foi criado no início do ano com o objectivo de angariar fundos para apoiar as vítimas da pandemia mundial. O projecto foi bem-sucedido na campanha de financiamento público no site PPL, realizada em Agosto, e distribuiu no mês passado o e-book da antologia, que juntou argumentistas e desenhistas portugueses, tanto profissionais como amadores, em torno da vontade de ser parte activa na procura se soluções para o cenário pandémico a nível nacional. Nesse sentido, cientes de existirem várias necessidades e frentes de combate ao vírus, a iniciativa quis endereçar todo o seu esforço no apoio à acção de protecção social que a Associação CAIS realiza, ajudando os sem-abrigo indirectamente.

A comunidade de BD nacional deu assim, com este projecto, um passo importante num caminho que se concluiu com o apoio do publico: o projecto juntou diversos artistas portugueses da BD, entre os quais autores de renome internacional, profissionais da área e também ilustres desconhecidos de enorme talento, tendo todos dedicado o mesmo entusiasmo e energia a esta iniciativa benemérita, contribuindo com aquilo que melhor sabem fazer – banda desenhada!
Estes autores teceram contos de entreajuda, humor, acção e de ponderação, criando um projecto inédito num momento igualmente marcante da nossa História: Alberto Pereira, Alexandra Sousa, Ana Monteiro, André F. Morgado, André Mateus, André Oliveira, AS, Barbara Lopes, Beatriz Blodau, Carla Rodrigues, Carlos Drave, Carlos Martins, Daniel Maia, Daniel Silva Lopes, Dário Lucas, Diana, Diogo Almeida, Diogo Carvalho, Diogo Semedo, Filipe Duarte, Filipe Pina, GEvan, Guilherme Trindade, Henrique Gandum, Inês Barroso, Inês Silva, Joana Afonso, João Inglês, João Sequeira, Jorge Coelho, Kachisou, Liliana Gaito, Lucas Benetti, Luis Guerreiro, Marco Fraga da Silva, Maria Lima, Mário Freitas, Miguel Peres, Nuno Dias, Diogo Campo, Nuno Duarte, Osvaldo Medina, Patrícia Costa, Patrick Caetano, Paulo Monteiro, Paulo Pinto, Pedro Moura, Pedro Reis, Pedro Santos, Pedro Serpa, Quico Nogueira, Rafael Marques, Rafael Sales, Rafael Sanzio, Ricardo Andrade, Ricardo Baptista, Ricardo Santo, Rodrigo Mota, Ronald Kaiser, Rui Cunha, Rui Soares, Rui Tomás, Sérgio Santos, Susa Monteiro - ilustradora da capa -, TCHE e Telmo Freitas.

A participação dos talentos que integram o colectivo Tágide figura nas histórias “Chucha”, por Sérgio Santos (com argumento de Alexandra Sousa), “Dualidade”, por Patrícia Costa (com argumento de Liliana Gaito e Diogo Almeida), “Loch”, por Henrique Gandum (com argumento de Lucas Benetti), “Quim & Manecas dão cabo do Covid-19”, por Daniel Maia (com argumento de Marco Fraga Silva), e “União”, por Nuno Dias (com argumento de Diogo Almeida).
Como parte da equipa que colaborou na iniciativa, o nosso obrigado a todos os leitores que contribuíram para o projecto!

Autores Tágide em previsão editorial para 2021

O portal Central Comics – a primeira plataforma de divulgação de banda desenhada nacional em larga escala, activo desde 2001, e promotor dos Troféus Central Comics, os únicos prémios de distinção no sector cujos vencedores são determinados pelo grande público, que realizaram em 2020 a sua 17ª edição – publicou recentemente um artigo com destaque a diversas publicações de BD nacionais previstas para 2021. Sejam obras cuja edição foi adiada devido ao panorama editorial vitimado pela pandemia mundial e subsequente cancelamento de eventos da especialidade, ou trabalhos projectados para 2021, o artigo faz antevisão de cerca de uma vintena de títulos portugueses, entre álbuns originais, colectâneas e antologias, alguns assinados por autores reconhecidos no nosso mercado e outros por artistas recém-estreados.

     

     

Entre as menções, são citados criações por vários autores associados ao colectivo Tágide, como o álbum CoBrA: Operação Goa, de Daniel Maia (com argumento de Marco Calhorda), que será o 1º volume de uma colecção de espionagem e aventura, baseada em factos históricos portugueses decorridos durante o fim do Estado Novo; o álbum de estreia da Patrícia Costa, Crónicas de Enerelis: Volume 1 – Prelúdio, cuja campanha de pré-venda está prestes a atingir a meta e que apresentará o aprendiz de mago Eyren Caeli; a novela gráfica de estreia de Mário André, Implosão! (baseada no livro homónimo por Nuno Judice), que retrata momentos de revolução europeia através de uma narrativa alegórica; o álbum O Jogo de Nil, de Pedro Cruz, uma epopeia alucinante com nuances de ficção científica cerebral; a 3º colectânea de Sérgio Santos, Terceiro Degrau, que incluí várias obras curtas do autor, maioritariamente de temática humorística; a edição especial Uma História do Congo: Amélia, de Henrique Gandum e Duarte Gandum, que oferece um spin-off à narrativa da série Congo, em produção pelos autores; e é também destacado o 1º volume da nova série de ficção-científica de Penim Loureiro (co-escrita por Carlos Silva), Umbigo do Mundo  volume 1: Alma Mãe.

      

Em matéria de antologias, salienta-se ainda a publicação de H-Alt vol.10, publicada pelo Sérgio Santos, e Aurora Boreal em Reflexos Partilhados, por José de Matos-Cruz, onde participam vários autores do colectivo, como Susana Resende, Nuno Dias e Daniel Maia, entre outros.
Excluído do artigo ficou as antologias Outras Bandas, que, por serem fanzines, não beneficiam de distribuição comercial alargada, mas que também vão dar cartas em 2021, com uma programação perspectivada para seis números, entre títulos dedicados à ilustração e outros com BDs curtas.

Tágide: Heróis Portugueses XVII

Os Heróis Portugueses chegam à 65ª personagem homenageada neste lote de quatro outras figuras da nossa BD nacional:

Começamos pelo Gato Zu (ilustrado por Sérgio Santos), criado por José Abrantes em 1999. Publicada inicialmente pela editora Baleiazul e depois numa parceria com Boa Imagem, As Aventuras de Zu é uma coleção de BD infanto-juvenil de doze livros, que conta as peripécias do gato azul Zu e do seu lápis mágico. A série tem obras fora de colecção, tais como o livro de jogos Vamos Brincar com o Zu e a edição especial Zu no Hospital Fernando Fonseca, escrito com o dr.Paulo Moreira e oferecido a meninos da área pediatrica desse hospital, assim como foi a estrela do suplemento Correio do Zu, incluído na revista Sábado, do jornal Correio da Manhã. Em 2000, a personagem foi também adaptada a peça de teatro infantil. Mais recentemente, a partir de 2017, a colecção começou a ser reeditada pela editora Procyon.
Recordamos também Patareco (ilustrado por Yves Darbos), o protagonista da série de tiras humorísticas Psicopatos, por Miguel Montenegro. Estreada online em 2013, em publicações semanais no Facebook, no ano seguinte e por ocasião dos 50 anos do ISPA, foi editada a compilação Psicopatos: 50 Tiras sobre as Ciências Psicológicas, com tiragem limitada. Em 2015, foi editada pela chancela Arcádia uma colecção de dois livros, compilando o anterior material e tiras inéditas.

E por último, celebramos duas personagens do mesmo autor: a pistoleira Kitsune (ilustrada por Patrícia Costa), da série Bang Bang, criada por Hugo Teixeira e publicada pela editora Pedranocharco, em 2007. Esta BD define-se pelo registo de western futurista distopico e chama a si o crédito de ser o primeiro manga português, tendo o vol.2 sido editado em 2008; esgotados os álbuns, a reedição chegou em formato compilado e de tamanho digest, em Bang Bang Ultimate 1, no final de 2009. E ainda Bia (ilustrada por Filipa Lopes), criada por Ana Vidazinha (arg.) e Hugo Teixeira (des.), e protagonista da série de BD infanto-juvenil Mahou. A colecção consiste em dois álbuns, publicados pela Asa Edições em 2011 e 2013, nos quais ao encontrar um livro misterioso a Bia é levada para o planeta mágico Mahou.

Ossadas do Ofício VII

A BD “Ossadas do Ofício”, que resulta do desafio em sistema cadavre exquis que os autores com ligação ao Tágide têm vindo a realizar colectivamente há cerca de dezasseis meses, chega agora ao fim. Após um impulso final, no qual a maioria dos artistas deu o último contributo para a insólita narrativa, fechamos aqui a desventura, que podia facilmente continuar ad infinitum... O projecto foi recentemente compilado no fanzine Outras Bandas #3, para quem preferir ler ao vivo.
As últimas pranchas são assinadas por Yves Darbos (p16, topo), Mário André (p16, fundo), Susana Resende (p17, topo) e Daniel Maia (p17, fundo).

Leiam os anteriores capítulos aqui – 1, 2, 3, 4, 5 e 6.

Daniel Maia e Susana Resende em Aurora Boreal vol.3

Os autores Daniel Maia e Susana Resende, respectivamente responsáveis pela reinterpretação do herói Infante Portugal e pela concepção visual da heroína Aurora Boreal, ambos protagonistas do universo ficcional desenvolvido por José de Matos-Cruz, participaram uma última vez na série Aurora Boreal, cujo terceiro e último ciclo – O Círculo Imperfeito – concluiu este mês, com edição da Apenas Livros.
A saga, que foi estruturada sob uma motivação inversa, pediu a um conjunto de doze autores para criarem seis ilustrações com a personagem, seguindo os seus próprios temas e tendências gráficas, as quais foram depois reorganizadas pelo escritor e serviram de inspiração para a escrita das obras. A heroína, apresentada originalmente no final d'O Infante Portugal e As Sombras Mutantes (2012), figurou também na adaptação daquele herói para banda desenhada, em O Infante Portugal em Universos Reunidos (2017), e foi revelada nesse ano no ciclo inicial O Princípio Infinito (2017-2018), continuando depois em O Eterno Paradoxo (2019).

Ao contrário da colecção O Infante Portugal, publicada no formato de livros de prosa ilustrados, Aurora Boreal explorou o formato dos livros-de-cordel, em ciclos de quatro fascículos cada. O 4º livreto, O Último Hemisfério, contou ainda com o contributo do autor Penim Loureiro, que ilustrou a última imagem da saga.

Mas Aurora não se despede do público já, tendo sido anunciada recentemente a produção de uma antologia em BD, que será publicada no final de 2021. O projecto está aberto a contributos de novos autores, sejam desenhadores de textos já existentes ou autores que prefiram criar algo a solo (mais informação em Imaginário-Kafre). 

Patrícia Costa entrevistada sobre Enerelis

A campanha de financiamento público (PPL.pt/Enerelis) da Patrícia Costa está a ser um retumbante sucesso, actualmente em 90% do apoio angariado e com pouco menos de um mês restante para terminar a recepção de pré-vendas!

A nova autora, continua a promover o álbum de estreia Crónica de Enerelis: Volume 1 - Prelúdio nas redes sociais, tendo criado uma página oficial no Facebook e Instagram, onde tem partilhado uma nova página a cada 10% que são somados à meta global (partilhadas em baixo), e também deu uma nova entrevista ao canal H-Alt, moderada pelos autores-editores Sérgio Santos e Marco Fraga da Silva, especificamente sobre o projecto.

Seja um dos últimos dez apoiantes necessários para ajudar a Patrícia a alcançar a meta, contribuindo neste LINK! Esta campanha termina a 4 de Janeiro 2021, sendo os livros e recompensas entregues na 2a quinzena de Fevereiro.

 

 

ACTUALIZAÇÃO!

Ontem - um mês exacto após o início da campanha - a campanha atingiu a meta estabelecida para o projecto, garantindo assim a publicação no início de 2021. Parabéns, Patrícia!
A campanha continua até dia 4 de Janeiro, sendo os contributos adicionais dirigidos para produzir cópias adicionais, perspectivando-se uma tiragem final de 150 exemplares. Garantam o vosso volume AQUI!

Tágide: Heróis Portugueses XVI

Entrámos em Dezembro e a iniciativa Heróis Portugueses mantém o ritmo, agora com novos autores a juntar-se ao projecto!
Começo por Zé do Telhado, o anti-herói popular do século 19, que foi adaptado à BD por Eugénio Silva, com publicação no álbum Zé do Telhado: De Lanceiro a Salteador, pela chancela Calçada das Letras, em início de 2020. Seguido por A Pior Banda do Mundo, liderada pelo músico Sebastian Zorn, saxofonista e serrilhador de selos. A série foi criada por José Carlos Fernandes em 2000, na sequência de obter uma Bolsa de Criação Literária e, em vez de um, produzir o equivalente a 3 álbuns. Composta por sequências de duas páginas, foi estreada na revista Comix, da editora Devir, que subsequentemente publicou os 6 volumes, entre 2002 e 2004. A mais galardoada colecção de BD portuguesa de sempre (resultando em vários prémios para o autor) e também a mais traduzida para mercados estrangeiros, foi reeditada em 2014 em dois volumes.

Depois destacamos Fernão de Magalhães, personalidade histórica portuguesa e navegador responsável pela primeira circumnavegação do globo há 500 anos, que foi evocado por várias vezes na BD portuguesa. A história de Magalhães começou por ser retratada por Manuel Alfredo (arg.) e Fernando Bento (des.) em 1955 na revista Cavaleiro Andante; depois por Vítor Peon, em 1968, na revista Tintim portuguesa; e por Baptista Mendes, na revista Camarada. Em 1969, segue-se a adaptação por Eugénio Silva no Novo Livro de Leitura da 4a Classe; e em 1982, pela mão de Fernando Jorge Costa, na revista Mundo de Aventuras. José Ruy e José Garcês também lhe fazem menção, respectivamente nos álbuns Os Lusíadas (1984) e História de Portugal em BD (1986), e ainda por Manuel Pinheiro Chagas (arg.) e Artur Correia (des.) em História Alegre de Portugal (2010). Mais recentemente, em forma de prosa ilustrada, foi publicado A Viagem mais Longa, por João Ramalho Santos (arg.) e Miguel Jorge (des.).

Concluímos com Simão Infante, o jovem marinheiro que embarca sob comando de Vasco da Gama na viagem à Índia, e o protagonista da série O Caminho do Oriente, por Raul Correia (arg.) e Eduardo Teixeira Coelho (des.). Com estreia na revista O Mosquito #749 a #941 (1946-1948), foi reeditada no Jornal do Cuto em 1971-1972, e posteriormente compilada em 6 álbuns da colecção Antologia da BD Portuguesa, pela editora Futura. E com Free Lance, o cavaleiro criado por Diogo Carvalho (com cor por Nimesh Morarj) e auto-publicado em formato comic-book em 2015.