2020-10-31

Tágide: Heróis Portugueses XI

A iniciativa do colectivo Tágide chega às 40 figuras evocadas; aqui ficam os desenhos desta semana:
Elisabete Jacinto
(ilustrada duas vezes pelo Yves Darbos) é uma das pessoas reais que protagonizam a colecção Os Portugas no Dakar, escrita pela própria e com arte de Luís Pinto-Coelho. A campeã do célebre rally juntou-se, assim, ao selecto grupo de personalidades portuguesas adaptadas para BD, nos dois volumes publicados pela editora Plátano em 2003 e 2007. Volvidos quase quinze anos, um novo álbum está a ser produzido. Enlil (ilustrado por Sérgio Santos) é a poderosa divindade Suméria em que o autor Pedro Cruz se inspirou para desenvolver numa rubrica seriada no seu blog, entre 2012 e 2013. A BD foi compilada no álbum The Mighty Enlil, em 2014, pela El Pep Books.




O carismático Barão Wrangel (ilustrado por Daniel Maia) foi criado por José Carlos Fernandes em As Aventuras do Barão Wrangel: Uma Autobiografia, originalmente publicado pela Pedranocharco (1997) e reeditado pela Devir Edições (2005). Este é um dos raros casos de quebra da 4ª dimensão numa obra portuguesa, dado a participação do autor na conclusão do álbum. E por último trazemos a Tristara Imortal (ilustrada por João Raz), uma heroína com raízes no género Fantasia Heróica, criada por Eliseu Gouveia para a revista Selecções BD (vol2), onde foi publicada entre 1999 e 2000. A BD integrava a saga Eclipse dos Deuses, do Grupo Aparte, ao qual o autor estava associado.

2020-10-26

Tágide: Heróis Portugueses X

E chegamos às dez partilhas, com 36 figuras da banda desenhada portuguesa imortalizadas nesta iniciativa pelo col. Tágide:
Nereila
(ilustrada por Maria João Claré) é a protagonista da série Dragomante, criada em 2018 pela dupla Filipe Faria (arg.) e Manuel Morgado (des.), que foi editada por G.Floy/ComicHeart, com o primeiro volume, Fogo de Dragão, também publicado em inglês (Dragon's Fire), que terá em breve uma sequela; Viriato (ilustrado por João Raz), é um herói da História portuguesa várias vezes adaptado à BD, mais reconhecidamente por Jorge Magalhães (arg.) e José Garcês (des.), entre 1952 e 1953, nas páginas da revista Cavaleiro Andante #26-33. A BD foi reeditada no Jornal de Almada e em álbum, pelo GICAV, após integrar a colectiva "Viriato na Banda Desenhada", em Moura (2015). A mesma figura foi também trazida à BD em 1972 por Eugénio Silva (des.) e Pedro Carvalho (arg.); por José Garcês (des.) e A. Carmo dos Reis (arg.) em História de Portugal em BD; por Pedro Castro na revista Heróis #1; por José Salomão (des.) e Vítor Belém (arg.) em Viriato, o Pastor dos Montes Hermínios; por Vítor Mesquita na revista Jacto #37; por João Amaral (des.) e Rui Carlos Cunha (arg.) em A Voz dos Deuses, adaptando o romance de João Aguiar; pó Crisóstomo Alberto em No Tempo dos Lusitanos; por Artur Correia (des.) e António Gomes de Almeida (arg.) em Super-heróis da História de Portugal vol.1; e por Artur Correia (des.) e Manuel Pinheiro Chagas (arg.) em História Alegre de Portugal.



Wanya (ilustrada por Susana Resende), foi criada por Augusto Mota (arg.) e Nelson Dias (des.) em 1972, com antevisão no fanzine Copra e revistas europeias Bang! e Falatoff, publicada depois no álbum Escala em Orongo, em 1973, pela editora Assírio & Alvim. A obra foi também editada na Alemanha e reeditada em 2008, pela Gradiva. Por último, temos o explorador Afonso Ferreira (ilustrado por José Bandeira), protagonista da série Congo, de Henrique e Duarte Gandum, publicada por estes através da sua chancela Mudnag Edições. Com estreia em 2017, em Um Mundo Esquecido, a personagem regressa em 2019 No Caminho das Trevas, altura em que é interpretado por Pedro Lima (que serviu de inspiração ao visual do herói) na curta-metragem do mesmo título apresentada no 30º Amadora BD.

2020-10-23

Tágide no 31º Amadora BD

O Amadora BD marca presença no calendário da banda desenhada nacional com um festival atípico, devido ao panorama pandémico que assola a sociedade portuguesa. O evento mantém a tradição de associar o concelho à comunidade de BD e preparou um conjunto simbólico de actividades e mostras a decorrer entre 22 de Outubro e 6 de Novembro. Para além de uma desenha de apresentações de obras e conversas com autores, irá exibir o doc Entre Traços: 30 Anos de BD e realizar, na Bedeteca da Amadora, as exposições “José Ruy: Do Tejo ao Fim do Mundo” e “30+1: A BD não faz Quarentena.”


Alguns autores associados ao Tágide participam no evento: o Daniel Maia, Pedro Cruz e Sérgio Santos são três dos 30 autores patentes na mostra “30+1”, onde cada artista expõe duas pranchas de BD recentes, criadas sob o tema Covid19 ou realizadas durante a quarentena, e Pedro e Sérgio encontram-se nomeados também nos Prémios Nacionais de BD, na categoria Melhor Fanzine/Publicação Independente, respectivamente por Mindex e H-Alt vol9 (onde se incluem BDs curtas pelo João Raz, Patrícia Costa e Penim Loureiro, Pedro Cruz e Sérgio Santos).

2020-10-20

Susana Resende no Festival de BD de Bruxelas

A autora Susana Resende, que entre outras tem realizado as acções de formação Iniciação à Arte Sequencial – que precedem à formação do col. Tágide –, foi recentemente convidada a integrar a mostra Uma Janela com vista para o Mundo, integrada no 11º Festival BD de Bruxelas, cujo contingente português é coordenado por Paulo Monteiro, autor/director da Bedeteca de Beja, em parceria com a Embaixada Portuguesa e o Instituto Camões.
Devido às contingências actuais, este ano o festival decorreu principalmente online, tendo lugar entre 10 e 20 de Setembro. A mostra portuguesa foi focada num grupo de 15 novos talentos femininos, num conjunto ecléctico de traços e estilos de BD, entre as quais se encontravam autoras consagradas e artistas recém-chegadas ao sector.

Paralelamente, a Susana aproveitou para fazer uma tourné às suas BDs curtas no blog, entre trabalhos publicados e inéditos: Sayonara (2013), in Zona Nippon 2, que foi nomeada para Melhor Obra Curta no XII Troféus Central Comics; Ceifeira (2015), uma BD refeita da participação na iniciativa Cadavér Exquisito!; Navegador (2015), in Gerador #6; 24 (2015), in revista CAIS #212 e na antologia Almanaque: Curtas de BD (2018); Aurora Boreal (2017), parcialmente editada em O Infante Portugal em Universos Reunidos; O Soba (2017), inédito, mas previsto para o livro Contos de Sabedoria; Menino Perdido (2018), inédito; e, por fim, uma menção à BD com base no último argumento escrito por Geraldes Lino (1936-2019), prevista para Eros #11, que será publicada em 2021.

  

2020-10-18

Tágide: Heróis Portugueses IX

Esta semana, a colheita de Heróis Portugueses celebrados pelo colectivo Tágide foram: o investigador Filipe Seems (ilustrado por Daniel Maia), criado por Nuno Artur Silva (arg.) e António Jorge Gonçalves (des.), foi primeiro publicado no semanário Sete e depois compilado nos álbuns Ana (1993) e A História do Tesouro Perdido (1994), editados pela Asa Edições. O herói regressou em 2003 com A Tribo dos Sonhos Perdidos e chegou a ser adaptado ao teatro, na peça A Conspiração, sendo ali interpretado por Nuno Lopes; Tom Vitóin (ilustrado por Yves Darbos), criado por Luís Pinto-Coelho, foi publicado desde 1992 em rubrica da revista Motociclismo, da editora Motorpress, e compilado nos álbuns As Odisseias de um Motard desde 1996 até ao 6ª volume, lançado em 2013. A BD continuou até 2017, tendo o autor produzido mais de 250 pranchas humorísticas, que actualmente são acessíveis em Andardemoto.pt; a Guarda Abília (ilustrada por José Bandeira), criada por Júlio Pinto (arg.) e Nuno Saraiva (des.), foi uma das personagens desenvolvidas pela dupla no jornal O Independente no final dos anos 90, tendo as suas aventuras sido compiladas em álbum homónimo em 2000, pela editora Contemporânea; e por fim, o barbeiro ao domicílio Pintaga (ilustrado por Mário André), criado por Arlindo Fagundes em 1985, nas páginas do jornal Diário e depois, a cores, no Jornal da BD, sendo mais tarde compilado no álbum La Chavalita, pela Editorial Caminho. O anti-herói regressa em 2003 com A Rapariga do Poço da Morte e em 2019 com O Colega de Sevilha, agora na chancela Arcádia (Babel). No entretanto, duas BDs curtas foram também editadas, a primeira na revista O Mosquito, em 1985, e outra no jornal Mundo Universitário, em 2007.


2020-10-15

Tágide: Reunião Virtual

Por força das circunstâncias, os encontros quinzenais do colectivo Tágide cessaram em Fevereiro passado, só retomando com um encontro mensal no final de Maio. Durante o verão, foi possível retomar as reuniões, infelizmente já sem a componente de atelier que nos caracteriza, e durante os passados cinco meses pudemos privar partilhando trabalhos e leituras, e coordenando projectos em grupo. Agora, com a nova fase de estado de emergência que se impõe, vamos novamente suspender a reunião do Tágide até uma ocasião mais permissiva.
O que não significa que deixaremos de lado a sinergia de grupo!... Nos passados meses, os autores testaram encontros virtuais, sempre animados, e vamos continuar a explorar esse modelo de tertúlia. Aqui ficam algumas fotos dos chats anteriores...

2020-10-12

Tágide: Heróis Portugueses VIII

Mais uma semana de partilhas de heróis nas redes sociais e 4 novos personagens juntam-se à lista de Heróis Portugueses a ser retratados pelo colectivo Tágide.
Copra
(ilustrada por Daniel Maia) foi criada em 1974 por Augusto Mota (arg.) e Nelson Dias (des.), a partir de um desafio do fanzine homónimo, estreado originalmente em 1972. A banda desenhada foi publicada no #3 daquela edição que, dali em frente, adoptou a heroína como mascote. O Menino Triste (ilustrado por Mário André) é uma criação de João Mascarenhas, surgido em 2001 e 2005 em dois pequenos livrinhos pela chancela do autor, Extratus, respectivamente intitulados O Menino Triste e Os Livros. Mais tarde, a tutela da personagem passa para a editora Qual Albatroz, que publica os álbuns A Essência (2008) e Punk Redux (2011). O Menino Triste tem também marcado presença em festivais através de exposições evocativas e retrospectivas.


Lou Velvet (ilustrado por José Bandeira) é um investigador privado do autor José Carlos Fernandes, estreado em 1996 no álbum Abaixo de Cão, pela Pedranocharco, a que se seguiu duas histórias compiladas no álbum Época Morte e (À Suivre), em 1997, pela Polvo Edições. E, por último, lembramos o navegador Porto Bomvento (ilustrado por Patrícia Costa), do mestre José Ruy, criado em 1988 no álbum Homens sem Alma, pela Editorial Notícias, que no mesmo ano cedeu a publicação da colecção à Asa Edições, a qual lançou outros sete livros até 1992. Mais recentemente, em 2005, a série foi reeditada em dois volumes, ainda pela Asa Edições.


2020-10-09

Tágide: Heróis Portugueses VII

A iniciativa Heróis Portugueses chegou na semana passada a 1/4 do seu percurso e brindou a 5 outros protagonistas da BD nacional, entre heróis bem antigos e outros bastante recentes:


Zé Inocêncio (ilustrado por Mário André), de Nuno Saraiva, foi criado em 1989 no fanzine Hips, saltando para o semanário O Inimigo, entre 1993 e 1994, e depois compilado em Zé Inocêncio, as Aventuras Extra-ordinárias de um Fala-Barato, em 1997, pela Baleiazul; vinte anos mais tarde, surge a reedição expandida pela Procyon. Franco, o trolha (ilustrado por Daniel Maia) é uma criação de Pedro Brito para a revista Art Nove, em 1994, cujas duas BDs foram compiladas em livrinho da colecção Primata Comix, da Polvo Edições, em 2002.
A erótica Zakarella (ilustrada por José Bandeira) de Roussado Pinto (arg.) e Carlos Alberto Santos (des.) surgiu em revista em 1976, pela Portugal Press, e foi descontinuada em 1978 após 28 números. A personagem regressou em 2012 através de uma mostra colectiva na Bedeteca de Beja e, em 2014, noutra exposição, “Prelúdio a Infernus”, que antevia uma nova aventura por Nuno Amado (arg.) e Jo Bonito (des.), porém inédita. A dupla David e Bia (ilustrados por Nuno Dias) são dois dos protagonistas do grupo Estalo, que estão no centro da intriga de BRK, a série de Filipe Pina (arg.) e Filipe Andrade (des.), publicada no BDjornal entre 2006 e 2008, e concluída no volume pela Asa Edições, em 2009; a trilogia não foi concluída, porém.
E, por último, trazemos Paiva (ilustrado por Yves Darbos), o lojista da Superfuzz e protagonista da série do mesmo nome, foi criado por Esgar Acelerado (arg.) e Rui Ricardo (des.), posteriormente substituído por João Maia Pinto, e nasceu no jornal Blitz em 2001, tendo palco no suplemento Gazeta Cru. As pranchas humorísticas foram compiladas em álbum pela Devir, em 2004, no título
Vai sonhando, Paiva... Vai sonhando!