2022-08-02

Quaresma, o Decifrador vol.1 – Crítica

O álbum de Mário André, Quaresma, o Decifrador: O Caso do Quarto Fechado (Kustom Rats), já reuniu breves críticas por parte de especialistas, em BD e na literatura de Fernando Pessoa…

Em BandasDesenhadas:

Mário André divulga, de forma competente, esta faceta literária de [Fernando] Pessoa tão pouco conhecida.”

O autor transpõe com sucesso a prosa de Pessoa para um argumento de banda desenhada. Graficamente, verifica-se um amadurecimento do autor no seu traço.”

Ricardo Belo de Morais, em O Meu Pessoa:
O mercado livreiro português conta agora com a primeira versão [em] BD da novela policiária O caso do quarto fechado, do “quase-heterónimo” de Fernando Pessoa, Abílio Quaresma. A adaptação é assinada por Mário André. Fernando Pessoa escreveu sobejamente sobre a sua personagem detectivesca, nomeadamente dizendo que Quaresma, o Decifrador, se alimentava de coisas como “charadas, problemas de xadrez, quebra-cabeças geométricos e matemáticos” e “vivia com elas como com uma mulher. O raciocínio aplicado era o seu harém”.


Dr. Abílio Quaresma, o Decifrador, era um médico “sem clínica e decifrador de charadas da vida real”. A personagem criada por Pessoa foi protagonista de novelas policiárias desenvolvidas pelo escritor; abraçando um género muito popular nas primeiras décadas do séc. XX – e que foi, aliás, um favorito de Pessoa. A escrita dos contos policiários de Fernando Pessoa, por via da personagem fictícia Dr. Quaresma, deu-se durante várias décadas, num conjunto de treze contos. Em “O caso do quarto fechado”, Quaresma analisa um crime num quarto de uma pensão lisboeta, fechado por dentro, cometido de forma a passar disfarçado de suicídio. Abílio Quaresma analisa a patologia do suicídio, desmascarando-a; e a vítima é descrita como um histero-neurasténico, designação que Fernando Pessoa chegou a aplicar a si próprio."

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