2022-06-06

CoBrA: Operação Goa, de Daniel Maia – Críticas

Como é nosso hábito, partilhamos críticas de edições aos autores do colectivo; hoje, está em foco o autor Daniel Maia, com o seu novo álbum CoBrA: Operação Goa, com argumento de Marco Calhorda e capa colorida por Susana Resende, que foi lançado há um mês e chegou às livrarias há duas semanas. Esta edição da Ala dos Livros, evoca a invasão de Goa portuguesa há 60 anos, pelo exército Indiano, e narra as manobras clandestinas realizadas pela agência secreta CoBrA, indo contra as ordens de Salazar e enfrentando o governo Indiano, para resgatar os milhares de soldados portugueses feitos prisioneiros de guerra.

O álbum CoBrA tem reunindo óptimas críticas no sector, bem como recebeu imenso destaque nos media, desde a entrevistas na rádio nacional, assim como em diversos podcasts online, para além de ter integrado as mostras no 3º Barreiro IlustraBD.

Aqui partilhamos alguns excertos das principais apreciações online:


Carlos Cunha, em JuveBêDê:
A [editora] Ala dos Livros voltou a apostar em autores portugueses ao lançar, recentemente, este novo livro no seu já extenso catálogo. CoBrA: Operação Goa conta com argumento de Marco Calhorda e arte de Daniel Maia, e traz-nos uma história enquadrada no contexto histórico da invasão de Goa. De recordar que este livro foi apresentado no 32º Amadora BD pela editora, com a presença dos autores, onde levantaram um pouco o véu deste projecto.
Parece assim uma aposta ganha pela Ala dos Livros, num livro com uma boa história e excelentes desenhos de Daniel Maia."

Hugo Pinto, em Vinheta2020:

(…) Até porque não dá para falar deste
CoBrA: Operação Goa sem mencionar o mais óbvio e aquilo que está mais presente assim que folheamos o livro: é que os desenhos de Daniel Maia são soberbos e uma verdadeira maravilha para os olhos! Não é, aliás, exagero nenhum afirmar que Daniel Maia se encontra entre os melhores ilustradores de Portugal!
Com um traço realista certeiro, confiante, a tinta, (…) os desenhos de Daniel Maia apresentam-se como belíssimos, da primeira à última vinheta. A caracterização das expressões, da linguagem corporal das personagens, dos cenários, das cenas de ação, dos enquadramentos, do jogo de sombra e luz... enfim tudo... roça a perfeição. São desenhos maravilhosos.

E se a abordagem imagética parece clássica, remetendo-nos para algumas bandas desenhadas dos anos oitenta, a planificação da história, com ilustrações que suplantam os limites das vinhetas; o próprio modo de organização das pranchas, com vinhetas bastante dinâmicas na forma e dimensão; (…) revelam-nos a faceta moderna e cuidada, não só de Daniel Maia como, também, de Marco Calhorda. Ou seja, em termos gráficos parece que este livro nos consegue dar o melhor do clássico e do moderno.

Em suma, CoBrA: Operação Goa é uma autêntica passerelle para o enorme talento de Daniel Maia enquanto ilustrador de banda desenhada. Diria que só pelos seus lindos desenhos, este álbum já merecia ser comprado. Mas há mais do que isso! Há também um tema da história recente de Portugal que muitas vezes parece esquecido e que é oportunamente trazido à tona por Marco Calhorda. Um livro que merece ser apreciado por todos os fãs de banda desenhada em Portugal. E não só. Sem dúvidas de que é uma obra que se recomenda vivamente! (…)”


Nuno Neves, em Notas Bedéfilas:

Desde algum tempo que tenho acompanhado o trabalho do Daniel Maia enquanto desenhador, e tirando algumas publicações e revistas, faltava-me um álbum, daqueles com muitas páginas, enriquecidas com o seu traço vigoroso e bastante expressivo, que dão uma forte dinâmica ao desenho. Esta falta fica agora finalmente colmatada com a edição e lançamento deste CoBrA: Operação Goa, com a chancela da ALA DOS LIVROS, o primeiro álbum de uma trilogia.


Trata-se de uma obra de ficção inspirada nos acontecimentos reais da invasão de Goa por parte da Índia e consequente perda daquela colónia portuguesa, num argumento assinado por Marco Calhorda, que faz aqui a sua estreia como autor de BD. A opção do autor foi de centrar a história no jogo político e operações de bastidores dos portugueses com vista à libertação das nossas tropas detidas em Goa. Uma narrativa que se centra sobretudo na parte "chata" de operações de espionagem, quando pessoalmente preferia que o traço do Daniel tivesse sido mais aproveitado em cenas de acção militar. Ainda assim um trabalho muito interessante de construção. “


 

Nuno Pereira Sousa, em BandasDesenhadas:
O grande trunfo de CoBrA é o trabalho de excelência de Daniel Maia. Quanto ao argumento, é a primeira experiência em BD de Marco Calhorda e há muito espaço para melhorar, sendo, de qualquer forma, de valorizar o trabalho já realizado neste primeiro tomo de uma anunciada trilogia. O trabalho conjunto dos autores tem, certamente, potencial para atrair o leitor. Esperemos que nos próximos volumes o argumentista reveja a estrutura narrativa, de modo a, ou aumentar o número de páginas, ou focar-se somente nas ações mais importantes e dar um maior espaço para o desenvolvimento ficcional dos personagens.”

Pedro Cleto, em JN:
"(…)
CoBrA: Operação Goa, acabado de editar pela Ala dos Livros, é raro exemplo. Escrito por Marco Calhorda, combina intriga política, interesses económicos e uma certa noção de patriotismo para narrar como, na sombra, foi orquestrado o abandono formal de Goa e repatriados os prisioneiros portugueses retidos em condições deploráveis.
(…) O relato teria ganho em consistência com um maior aprofundamento de algumas situações e do carácter dos protagonistas e com a inclusão de momentos com mais ação para aproveitar as características do traço de Daniel Maia, facilmente associável aos super-heróis, nos quais já trabalhou.
Apesar de algumas hesitações nas primeiras pranchas, o desenhador acaba por conseguir um retrato de época muito credível, com o seu traço realista e um bom domínio da planificação a proporcionarem uma leitura ritmada e interessante de um episódio histórico pouco conhecido.”


Em BD2U:

A Ala dos Livros lançou este mês, numa aposta em dois autores nacionais, CoBrA: Operação Goa, numa edição a preto e branco, e que será certamente bem sucedida, dizemos nós! “


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