2023-01-10

Quaresma, o Decifrador vol.2 – Crítica

Os álbuns do autor/editor Mário André continuam a galvanizar a crítica especializada. Depois do 1º volume da sua colecção Quaresma, o Decifrador, baseada nos contos policiais de Fernando Pessoa, ter obtido várias análises por críticos do sector, e de ter sido considerado um dos melhores álbuns nacionais de 2022 pela Associação Juvemedia, chega a vez do recente vol.2, Crime, ser abordado nos media independentes.

Aqui fica a nova apreciação, por Ricardo Belo de Morais, no programa Pessoa para todas as Pessoas, da Rádio Movimento PT Online:



Em 2022, o mercado livreiro português passou a contar com duas versões em bandas desenhadas das novelas policiarias do quase-heterónimo de Fernando Pessoa, o Dr. Abílio Quaresma. As adaptações desta personagem pessoana e das suas histórias são assinadas por Mário André, nestes dois livros: primeiro, de Junho, O Caso do Quarto Fechado, e depois, em Outubro, o 2º volume desta colecção, a novela gráfica Crime.
Na verdade, Fernando Pessoa escreveu sobejamente sobre a sua personagem detectivesca, este Decifrador, dizendo que Quaresma se alimentava de coisas como charadas, problemas de xadrez, quebra-cabeças geométricos e matemáticos, e que vivia com eles como se fossem uma mulher; o raciocínio aplicado era o “harém” de Abílio Quaresma.

Esta personagem criada por Fernando Pessoa foi desenvolvida pelo escritor abraçando um género que era muito popular nas primeiras décadas do séc.XX e que foi também um favorito de Pessoa. A escrita dos contos policiais desta personagem fictícia deu-se durante várias décadas, num conjunto de 13 contos, que começaram a ser transpostos para banda desenhada em registo de novela gráfica, com edição do selo Kustom Rats.
Em 2023, o ilustrador Mário André quer continuar a trazer estas obras, com o aproveitamento do registo – digamos que – sombrio das histórias, feito em preto-e-branco. São dois volumes que tinham mesmo de ter entrada obrigatória no nosso top 10+, uma vez que Mário André foi o primeiro desenhista do mundo a lembrar-se e a ter o arrojo de passar à BD as histórias desta personagem inventada por Pessoa.”


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